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TEM PATO NA FUNDAC


FUNDAÇÃO DE CULTURA DE CONTAGEM FOMENTA TRABALHO ESCRAVO

 (27 de setembro de 2013)



Este texto foi encaminhado por e-mail para imprensa, vereadores, comissão de cultura da câmara de Contagem, ministério da cultura, comissão de cultura da assembleia legislativa e sindicatos de artistas.


É lamentável ver os caminhos que a Fundac - Fundação de Cultura de Contagem vem trilhando. Seria um reflexo do pouco tempo de debate na conferencia de cultura, QUE FOI REALIZADA EM APENAS UM DIA? Da truculência de alguns membros do corpo gestor em reuniões publicas com o movimento cultural? Um reflexo da falta de humildade em reconhecer os artistas que hoje movimentam boa parte da cena cultural da cidade, sem nenhum apoio real e ainda contribuem para o debate politico e critico? 

A postura da administração publica na Fundac contradiz todo programa de governo que se diz popular, o debate e o dialogo só ocorrem em espaços institucionalizados, com foi o caso de levar um debate do orçamento participativo para um mega evento (Churraskate). O debate politico deveria acontecer com tempo e um espaço propicio inclusive para o estudo aprofundado da realidade econômica do município e não apenas consultando a população que vai a um evento esperando algo bem diferente.

O discurso de não apoio e de não ter politicas de repasse aos projetos por falta de verba já caiu por terra. Basta ver os grandes eventos que essa fundação já organizou pela cidade, os altos salários do corpo gestor que chegam a 15 mil reais por mês. No entanto esse discurso precisa ser multiplicado para justificar iniciativas que acabam vendo a população e o artista apenas como passivos de contemplar a arte e que em algum momento do ano tem o direito de fluir a cultura dentro de sua cidade.

Recebi um e-amil sobre a ateliê Vivo de pintura. A concepção do projeto fomenta nada mais, nada menos do que a mão de obra escrava. Deixa claro que essa fundação não entende a arte enquanto trabalho e apenas como algo contemplativo. A arte que deveria nivelar a humanidade pela sua força simbólica de produção é elevada a um plano de superioridade, onde a obra se torna mercadoria, fruto de um trabalho e da criatividade que foram ali empregados, mas não refletidos. A concepção do projeto aliena o trabalho artístico. Enquanto isso gata-se muito com grandes eventos e com a propagando institucional deste governo.

TEXTO DO ATELIÊ VIVO DE PINTURA
“Ateliê Vivo de Pintura - Disponibilizaremos as telas (60 x 80 cm) e tinta acrílica para a produção dos trabalhos (pincéis e outros materiais serão por conta do artista). Também haverá um lanche.Os trabalhos confeccionados serão doados a Fundação Cultural de Contagem (FUNDAC), serão leiloados e a renda obtida será usada para financiar outras ações da FUNDAC. Será um prazer ter a sua participação”.

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