Ontem (20/12/2013) foi lançado um
espaço de encontro artístico e para livre expressão, na cidade de Contagem (MG).
O Apoema Sarau livre é resultado do esforço de um pequeno coletivo que se
reuniu algumas vezes, se dedicou em pensar e estruturar uma proposta para
cidade, onde fosse possível agregar público e artistas com nivelamento das
relações avessas à lógica da arte enquanto mercadoria, ao acesso enquanto mera contemplação abstrata. O
esforço maior deste coletivo foi pensar algo aberto e em constante movimento,
que se construa a partir das relações estabelecidas no lugar, sejam elas,
vindas do ato de se expressar e apresentando um trabalho no Sarau ou da
recepção de que está sendo apresentado pelo artista, num espaço sem coxias,
sem camarins em que o artista esteja do lado do público, em contato direto podendo dialogar e ser acessível de todas as forma, que o público também tenha voz e direito de se expressar ou até mesmo descobrir o artista que existe oculto em si. Além disso, que pudesse ser um ponto de
encontro para quem produz arte na cidade e fora da cidade, para quem deseja trocar experiências, ver o que esta sendo produzido
em toda multiplicidade de linguagens da arte.
O lançamento do
Apoema Sarau livre, a presença de todos, que lotaram as escadarias, entre no meio do Bairro Eldorado, trouxe o estado de emoção e esperança nas possibilidades de produção coletiva já em curso nossa cidade.
Em nome de todos que se
esforçaram para lançar esse espaço, agradeço aos que acreditaram e participaram
de alguma forma, divulgando, levando sua arte e se expressando num estado de
entrega absoluta. Para quem estava no sarau, a lembrança será eterna e a vontade de mais produções neste sentido, cada vez mais latente. Foi tudo muito verdadeiro, muito
sentimento, tudo muito lindo mesmo.
Sem a presença de todos, o reconhecimento e a
confiança em propostas como essas, nada seria possível. O Apoema já
é uma realidade em constante movimento, um espaço avesso as formas de
mercado, um espaço para formação de um publico consciente e critico, no que se
refere à valorização de uma cultura mais próxima, verdadeira e humana. Menos
evento e mais encontro.
Quando é feito com verdade, acontece o que presenciamos ontem. Vamos seguir somando à cena independente de Contagem, F5 – Festival de Cultura Independente de
Contagem, Fórum Popular de Cultura, Corredor da Baderna Cultural, Bloco Maria
Baderna, Cia. Crônica de teatro, Batucanto, MOB e tantos outros que buscam criar uma
identidade cultural local na cidade.
Somos filhos deste movimento que a cada dia cresce mais.
Viva o Fórum popular
de Cultura que tem nos possibilitado uma discussão e uma formação, encontro entre
pessoas que pegam as discussões deste movimento e transformam em praticas como
o Apoema.
Ontem, tinha gente de todo canto contribuindo de toda forma. A escada virou arquibancada lotada, a
rua virou palco, o céu virou teto as relações mais humanas. Foi uma das poucas
vezes que vi gente perguntando como voltar para BH, sempre fomos nós de
Contagem a fazer isso, de madrugada depois das ações culturais na capital
esperando o ônibus que nunca vem.
Aos pouquinhos estamos criando referencias em
nossa cidade e referencias de uma arte critica, livre, coletiva e sustentada em
coisas simples, sem precisar de megaestrutura para ser um grande acontecimento. A maior
estrutura é o humano, a palavra, o gesto social da arte. Arte essa, que eu
acredito cada vez mais, e por mais que tentem marginaliza-la, acho que a noite de ontem
mostrou o contrario outra vez. Muita gente querendo o mesmo, cansados da politica de evento que impera em nossa cidade.
O Apoema estará
presente na cidade aberto a toda forma de expressão, sem se calar diante do
descaso. Como fizemos ontem denunciando e informando à todos presentes sobre as ações da Fundac
– Fundação de Cultura de Contagem, denunciando cada um dos seus gestores
despreparados e dando nomes aos bois. É tempo de dar nome aos responsáveis pelo
descaso e pelo politica mercadológica que querem implementar na
cidade.
CO-RA-GEEEEEEM!
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