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À Cidade de Contagem - Poesia

Cidade de Contagem?
Quem conta essa cidade?
Será mesmo uma cidade?
O que se conta em contagem?
O tempo do operário na produção
o dinheiro desviado que não chegou na população?
O que contam seus poetas cidade poluída?
São loucos?
Iguais trabalhadores
na forja das dores
na trova dos favores?
Contam, que a cidade
de faz de conta(gem)
se perde dela mesma
nas mãos de famílias e coronéis
do trafico de influencias.
Contam, que já não gritam
nos piquetes.
Silenciam
a custo dos recursos
do (sus)to da ameaça.
Traficoronelismo das aparências
mortais
morais
mentais.
Contam, as horas
nas filas dos hospitais
os moradores desesperados.
Desamparados
desesperançados
desacreditados.
Que o politico disse que faria
e não fez.
Deixou pro próximo
e o pai passou a vez.
Herança maldita
dos senhores
do alho, do asfalto
e das novas contagens
que surgem da fumaça industrial.
Embaçam a escravidão infantil.
Oferecem abobrinhas
para sanar a fome
e educam com chaminés.
Tiram o riso infame
de quem não se dá conta
do que ri para si mesmo.
O esquecido eleitorado
logo mais será lembrado
pela direita, pela esquerda
por todos os lados
quando precisar ser acessado.
Cidade dormitória!
Contam sempre essa Contagem
adormecida e enfumaçada
que desconhece sua história.
Será mesmo a contagem
de abóboras e de gados,
contagem só de antes?

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