Publicado no Jornal O Tempo - 19/07/2013
A FUNDAC (Fundação Cultural do Município de Contagem) continua gastando os poucos recursos destinados a área da cultural. E pra que? Para levar acesso a arte para as periferias da cidade? Para desenvolver cursos de formação a capacitação aos artistas e interessados no fazer artístico? Para equipar os os poucos teatros e locais para eventos e exposições? Não, não é para fazer nada disso. Há duas frentes de gastos hoje, que precisam ser questionadas seriamente, a primeira é o aparelhamento dos órgãos públicos: Gasta-se muito mantendo os cargos de pessoas que foram alocadas sem concurso publico e a partir do desvio de função. Outra frente, é que se gasta muito com a manutenção das politicas de evento, onde o que vale é dar visibilidade a artistas renomados em momentos e locais estratégicos para dar a impressão de que se está fazendo algo pela cultura local. Ao contrario disso, o artista local se encontra sem apoio e entregue ao favoritismo politico, ao jogo de cartas marcadas e de passionalidade diante do poder publico, caso deseje ter algum ápio minimo.
A Fundac, já nasse de um equivoco, de um modelo de gestão que é defendido por setores interessados em transformar a arte em uma mercadoria. Num primeiro momento isso pode parecer atrativo, mas se analisarmos a cultura enquanto serviço publico e não enquanto mercadoria, entenderemos que uma fundação só caminha na contra-mão desse principio. As fundações são parte de uma politica neoliberal, cujo o interesse é terceirizar as obrigações do poder publico com a falso discurso de facilitar as parcerias públicos privadas. Na realidade esse discurso não passa de uma forma de mascarar o repasse de verbas publicas através da isenção fiscal para empresários interessados em se favorecer com o marketing institucional. Infelizmente muitos artistas compram esse discurso, sonhando ter algo melhor do que o nada historicamente estabelecido pelo abandono cultural em nossa cidade.
O que se vê nas grandes manifestações do Brasil é que esse discurso de isenção fiscal esta caindo por terra, cada vez fica mais claro suas contradições, não adianta abaixar o valor de uma passagem, por exemplo, se você dá descontos em impostos para os grandes empresários. Na cultura isso ainda é pior, porque o poder publico não dá apenas desconto em impostos para os empresários. Ele dá também, o direito para que as empresas decidam o que deve ou não ser patrocinado através das lies de incentivo a cultura.
Esse é o caminho que Contagem segue, com o agravamento de que o órgão de cultura é hoje, um grande cabide de emprego sem nenhum politica clara para apoio e fomentos dos espaços públicos da cidade. Muitos dizem: Eles ainda estão aprendendo, não entendem muito de cultura. Ora, então não deveriam estar lá, deveriam estar aprendendo, deveriam estar se preparando para um concurso publico para setor cultural. Os órgãos públicos são locais para se trabalhar sério, não da pra aceitar ouvir discurso de que os funcionários da Fundac estão recebendo palestras do Ministérios da Cultura, bancadas com dinheiro publico e em tempo de trabalho para se formarem.
Eu acredito que é chegado o momento de questionar esses modelos de apoio e gestão cultural que se norteiam pela regra de mercado e que chega de ter paciencia com o dialogo institucionalizado.
- Por uma secretária de Cultura,
- Por um fundo publico de cultura, democrático e que respeite as particularidades da cidade.
- Por concursos públicos para cultura
- Por Mais verbas para cultura, porque existem meios para isso.
- Chega de falácia.
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