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PIPOQUEIRO

Fragmento de conto.

       - Nu! Se cê vesse ficava besta. O menino ficava ai na rua todo dia. Sem rumo nem bêra. Tem gente que dava comida, dava roupa de fri, dava conselho. Mas era teimoso. Sabe esses menino espezinhado? Então. Acaba ficando desse jeito mesmo. Foi que nesse trem de ficar pegando traseirinha no ons, se deu mal. Coitadim, sô! Dá até dó di lembrá. Antes ele tinha até sussegado o facho, mas não guentô ficá quéto! Eu avisei, mondegente avisô., e quem disse que adiantô? No dia do acontecido o ons varô na esquina e o danado correu pra pegar traseirinha. O motorista sulerô. Nem sei se viu. O coitadim ficou preso na roda. Aí é que a coisa estranha aconteceu: Tava cheidegente em voldocorpim. Num sei se purisso, mas era dia de jogo do galo. Foi vindo um balão preto do céu e quando ficô na altura da cabeça nossa, veio de rumo. Todo mundo arredô na hora. Cruz-credo! O balão passô e parô bem em cima da barriga do menino.


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