Fragmento de conto
Diamante era uma criança como todas as outras: cresceu sendo educado para um mundo de aparências. A primeira vez que se destacou, foi ainda na escola, colaram na sua testa uma estrelinha recompensando o “bom comportamento”, “Você brilhou!” Lhe disseram. Diamante passou a vida tentando ser o que desejava ter e todas vezes que fugia ao senso comum ouvia coisas do tipo: “Esse menino até que é muito inteligente, mas precisa falar menos", ou até metáforas "Muito bruto, mas é bom. Precisa ser lapidado.” A vida no entanto, não lhe foi tão generosa no polimento. Foi abandonado pelo pai, perdeu a mãe para o álcool e sofreu seu primeiro assédio físico tomando uma geral da policia enquanto jogava tapão com figurinhas na rua. "Cala boca, porra!" E o tapão do policial veio na cara porque estavam brincando valendo dinheiro. Foi nessa época, de adolescência perdida, que teve a oportunidade de se destacar num lugar onde não teria julgamentos morais e onde lhe dariam condições, precárias, de se tornar um consumidor - Entrou para o tráfico.
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