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O açoite do vento no mar

O mar. Esfomeado mar. Engole refugiados. Desesperados, atormentados. Pelo vento que corta. Açoite nas águas profundas que correrem em ondas inteiras. Beijam a praia e voltam deixando na margem o que não se refugiará mais. Pedaços de pau da barcaça quebrada. Corpos tristes. Sem fome. Sem memórias. Sem sonhos. Sem vida. Sem nada. Almas imigrando de crianças brincam nas areias desertas do ser humano. Enquanto numa sala da ONU conchinhas são usadas para ouvir o barulho dos oceanos. Sem gritos de angolanos, haitianos, sírios, moçambicanos. Fecham as portas. Os olhos. Janelas do mundo. É só mais um dia de açoite do vento no mar. Tudo tão natural quanto o barulho de conchinhas em ouvidos de bilhões de dólares.

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