No dia em que o morro descer e não for carnaval, no dia em que o morro descer e não for para o trabalho, e não for para se submeter a qualquer lógica construída de cima pra baixo, muita gente, muitos movimentos, instituições, organizações politicas serão pegos de surpresa sem entender nada. São tempos difíceis, tempos em que se esquece o trabalho de base em detrimento da disputa de estruturas. A periferia continua abandonada. Parece que só a igreja faz trabalho de base e a serviço de que? De exércitos? De quem? Cada dia fico mais cansado de ir até os movimentos, de sempre levar a discussão e a questão da ausência da organização de esquerda na periferia. O lance é construir daqui mesmo, com os daqui e de outras quebradas, e quando descer ninguém vai entender. Assim como já não entendem hoje, quando revindico ou quando qualquer um da periferia revindica a militância nas comunidades. Sempre tem outras prioridades e quase sempre são as mesmas a muito tempo. Mas o tempo é outro