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Sobre o processo de mercantilização da cultura e a função social do artista.

Espetáculo Cabeça de Porco
Montagem coletiva entre Cia. Crônica, Trama e Cóccix 
A cultura é um direito social, é por tanto, responsabilidade do estado. 

O artista ao ser visto sob uma ótica de empreendedor produz e caminha sem saber, de mãos dadas com a mercantilização de um serviço público. 

Da mesma forma que vemos como negativas as práticas tornam a saúde por exemplo, uma mercadoria acessível através de planos que sustentam um mercado perverso, precisamos entender a função do artista num estado que não cumpre seu dever com a cultura. 

O artista é na realidade, um trabalhador que exerce uma função social muitas vezes sem nenhum apoio ou reconhecimento do estado. No fim, ele é marginalizado, trabalha de graça e criando ilusões de obter sucesso num mercado de exceções. Se aliena questionando a ausência de publico/consumidores de arte, quando deveria questionar a ausência do estado se faz omisso e mantém um mercado de especulação do dinheiro publico através de leis de isenção fiscal para empresas que nada tem haver com a cultura e que se utiliza das produções para fazer marketing institucional.

A medida que o estado vê na cultura um bom negócio, ele deixa de trata-la como um serviço publico, tanando-a uma mercadoria, contaminando até as relações mais abstratas de um trabalho artístico. Cria no artista uma ilusão que deixa-o cego diante da realidade de completo descaso e desrespeito com a população que sequer compreende que a cultura é um direito social fundamental, que lhe é constantemente negado de forma criminosa.



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