Jessé Duarte

Não poderia de deixar de compartilhar. Esse pequeno circo boliviano, o "Atiare's Cirkus", que como todos os circos, guarda um mundo de sentimentos e de imaginários sob suas lonas, está instalado aqui pertinho de casa. Ao lodo do Campo do Granja Verde, entre o Bairro Santa Helena e o Petrolândia. Na periferia, acessível e (R)existente. Espetáculos diariamente às 20h30, nos sábados, domingos e feriados: às 16h00, 18h00 e 20h30, e ingresso custa apenas R$10,00. Os ônibus 307 Ae B, 301 A, passam em frente, o ponto de parada é o "Campo Granja verde' Fazia tempo que eu não via um circo em minha região e infelizmente será por pouco tempo. Sei que existem muitas dificuldades para manter uma lona instalada, seja pelas burocracias ou pela falta de isentivo do estado com a cultura. Ver um circo, um espetáculo de teatro, de música, de dança, uma exposição, um cinema, deveria ser banal em todos os bairros, mas as politicas atuais entendem arte como mercadoria

Diante aos retrocessos que vivemos e assistimos ao vivo na politica de nosso país, convido todos e todas para pensar e construir uma saída coletiva e nas ruas, a partir de nossa cidade, Contagem. Talvez seja o momento de nos posicionar e nos colocarmos como protagonistas nos espaços de participação e de representação democrática, pois destes que aí estão, perpetuando privilégios de pai para filho, não podemos esperar mais nada. Ou nos movemos para construir uma alternativa politica coletiva nas ruas ou os mesmos de sempre continuarão nos conduzindo para mais retrocessos conservadores e autoritários. Reitero o convite do PSOL Contagem para a construirmos uma saída politica na cidade. PSOL NA PRAÇA Mais do que nunca é momento de estarmos em alerta, nas ruas, contra golpismos, em defesa da democracia e da cidade. No próximo sábado (23/04) às 15h teremos mais um "PSOL Na PRAÇA" no Bairro Eldorado, Praça da Glória. O encontro é aberto e realizado desde 2014 com o objetivo

Resposta a uma pergunta que fizeram-me e não pude responder a alguns anos atrás. - As pessoas podem mudar o mundo. Não se trata de mudar o mundo com a arte apenas, se trata primeiro, de tornar a arte acessível e sensibilizar as pessoas para a necessidade de um mundo onde uma arte esteticamente comprometida com o outro seja mais possível do que a mercadoria! 

Mania de colonizado ou deslumbre franchisado: Por que, o que vem de lá é sempre mais avançado? Na França, os milhares que se levantam contra os ajustes fiscais são chamados de classe trabalhadora; no Brasil os milhares que lutam contra o "golpe" são manipulados pelo PT e não são parte da classe trabalhadora? Bom, nada contra as lutas na França, realmente elas nos trazem muitas inspirações, e que privilégio poder olhar para esses processos históricos e conseguir tirar lições. Mas, as quest ões do Brasil também precisam ser consideradas em suas particularidades históricas. Somos herdeiros da barbárie. Um país construído sob uma economia baseada no trafico de escravos, no saque ilegal de riquezas naturais e na chacina de milhões de indígenas. Somos filhos de 300 anos de colonização e 400 de escravidão. Um país com uma democracia frágil que mal conseguiu se libertar das heranças de uma ditadura militar que durou mais de 20 anos, deixando milhares de desaparecidos pol

O caminhão que faz a coleta de lixo passa em meu bairro três vezes por semana. E nele está a nova tática da "Perfeitura" de Contagem, para propagar a politica de falsas aparências: uma caixa de som foi colocada em cima do caminhão reverberando frases como "Pra ajudar você pode ter certeza, a prefeitura tem a brigada da limpeza" ou "A prefeitura faz a parte dela, faça a sua e ajude seu vizinho a fazer a dele" são repetidas pelo bairro durante uma boa parte do dia, durante três vezes por semana. Lembro-me do romance "1984", de George Orwell, onde o grande irmão manda mensagens para a população utilizando todos os tipos de mecanismos e espaços possíveis. O que incomoda na ação da prefeitura é a sua lógica de propaganda exacerbada, a reprodução incansável da ideia e de uma politica que é puramente de falsas aparências, contrária ao que realmente é feito pela cidade. É como se com isso, não fossemos capazes de realmente ver como estão as ruas do bai

Abaixo, compartilho mais um conto que integra o livro " Colorido só por fora: contos periféricos ", (publicaçao independente, 2015). Para saber mais sobre o livro e ler mais textos da obra CLIQUE AQUI Abóboras ..."Eu sou um trator. Ouviram? Sou o novo trator de Minas". Todos acharam normal quando o prefeito de Abóboras disse isso, na festa de inauguração dos buracos de uma trincheira. A guerra estava chegando. Talvez por isso ninguém tenha estranhado. No outro dia, no seu gabinete, o prefeito começou a cavar, com as próprias mãos, os buracos que ficariam para sempre na memória da cidade. Não demorou muito. Partidos começaram a se preparar para a guerra, enviando militantes para os gabinetes públicos, em troca de dinheiro e silêncio. Pouco a pouco, todos escolhiam o lado mais previsível e conveniente da trincheira. Abóboras seguia tranquila, adaptando-se aos novos e fantásticos decretos do prefeito. Um dia, ele decidiu proibir que o enxergassem como hu