Pular para o conteúdo principal

Para dizer obrigado Chedinho

No ano passado fui presenteado várias vezes pelo músico "Chedinho": com o covite para participar do seu novo álbum, o "Pulmão", ajudando na percussão; fui presenteado com músicas criadas pelo artista, repletas de sensibilidade; fui presenteado pela irreverencia e a alegria do palhaço contido em Chedinho, quando ele criou uma marchinha ironizando a situação em que fui exposto: por estar nas lutas pelo direito a cultura e a cidade, dedicando-me quase em tempo integral (o que sucou bastante de minhas forças), me atacaram com uma campanha de difamação na rede, onde diziam "Vai Trabalhar Jessé", e onde tentavam desmoralizar a condição do artista, como um "não trabalhador".

Como as marchinhas criticas ao poder público são cesuradas em Contagem, Chedinho fez uma marchinha me criticando e resinificando, de forma ironica, o "Vai Trabalhar Jessé". A marchinha pode ser ouvida aqui.

Chedinho me presenteia novamente, com uma forma sutil de dizer "temos saudades dos amigos", com mais uma marchinha intitulada "Jessé Sumiu", para ouvir clique aqui. A música diz mais do que possam ser minhas tentativas de descrever a gratidão por este artistas.
Nessa marchinha Chedinho expressa, mais uma vez, o momento que vivemos em Contagem, onde as energias são sugadas e as forças diminuem diante de tantas barbáries e perseguições. Mas, é preciso (R)exisitr, e é o que fazemos com o Bloco Maria Baderna, com F5 - Festival de Cultura Independente de Contagem, com a Apoema Sarau Livre, o Fórum Popular de Cultura e suas inquietantes discussões e tentativas de pensar e repensar a cultura e a cidade. Mesmo cansado, a luta continua: "Abra um parênteses", como dizem os poetas baianos,"não esqueça, que independente disso eu não passo de um malandro, de um moleque do Brasil, que peço e dou esmolas, mas ando e penso sempre com mais de um, por isso ninguém vê minha sacola". Acho que essa frase diz muito do que somos.
São gestos como os de Chadinho e de tantos outros amigos e amigas, que fazem valer a pena toda luta e toda a dificuldade enfrentada para se produzir arte na cidade de Contagem.
Enquanto houver isso ninguém some mais.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Jessé Duarte lança, Bichinho. Nova publicação artesanal

Cordel histórico sobre o único inconfidente negro a ter participado da conjuração mineira. E xemplares adquiridos antes do dia 09 de dezembro serão enviados após a noite de lançamento com dedicatória.  clique aqui para comprar É com grande prazer que anuncio mais uma publicação de minha autoria e confecção. Dando sequência a produção artesanal, no dia 09 de dezembro, realizarei o lançamento da obra, Bichinho, inspirada pela vivência e estudos sobre as histórias de uma comunidade no interior de Minas Gerais. Bichinho é um cordel com narrativa histórica sobre o único inconfidente negro a ter participado da conjuração mineira. A obra fala da trajetória de Vitoriano Veloso e da sua relação com o vilarejo conhecido como “Bichinho”. Sendo filho de escrava, alfaiate e mensageiro da inconfidência, por confrontar a colonização, ele acaba preso e recebe a pena adicional de desterro após ser açoitado em volta da forca de Tiradentes. Uma história pouco contada e quase perd...

Colorido só por fora: contos periféricos

Lançado em 17 de julho de 2015, na periferia de Contagem (MG). "Colorido só por fora: contos periféricos" reúne doze contos que narram o cotidiano da periferia mineira. Com uma proposta de obra interativa, a capa do livro pode ser colorida pelo leitor. Cada capa pode ser única, diferente e compartilhada no blog ou no facebook do autor. AUTOR: Jessé Duarte REVISÃO: Fabiola Munhoz ILUSTRAÇÃO: Rodrigo Marques PROJETO GRÁFICO: Gilmar Campos ORIENTAÇÃO: Filipe Fernandes EDITOR: Marcelo Dias Costa CLIQUE AQUI PARA COMPRAR ******* APRESENTAÇÃO Por Daniela Graciere Atriz, artista visual e pesquisadora cultural de Contagem (MG).  Um sentimento paradoxal me vem ao ler “Colorido-só-por- fora”. A beleza das palavras sobre algo triste da periferia, que por muitas vezes, não passa de ser a simples realidade encontrada sob uma ótica de um ator marginal. Alguns podem achar fatalista, no entanto, a fatalidade está escancarada na realidade que é pintada por...

Apoema Sarau Livre: poesia pra quê?

Por, Jessé Duarte Este texto é uma contribuição reflexiva sobre uma ação cultural independente e seus desdobramentos para a cidade de Contagem, MG. Contagem produz mais do que fumaça, só é preciso olhar através do fuligem abandonada pelas industrias. Apoema, palavra da língua Tupi, significa: aquele que enxerga longe.  Apoema Sarau Livre e a realidade cultural de Contagem O “Apoema Sarau Livre” começou em 2013, tendo diante de si, o desafio de enfrentar as barreiras geradas por um contexto social marcado pelo abandono cultural histórico na cidade de Contagem. A população não encontrava opções de acesso a cultura, estabelecidas e desenvolvidas de forma continua. Quase sempre, restava apenas a escolha de migrar para Belo Horizonte em busca de alternativas.  Contagem, é uma das maiores cidades de Minas Gerais, sendo a terceira mais rica e contraditoriamente uma das piores em qualidade de vida. No campo da cultura, a realidade marcada pelas politicas de...