Para fotografar a si mesmo não é necessário celular com câmeras 5.0, do método selfie ou pedaços de pau para elongar o braço deixando que apreça também, por inteiro, a blusa nova comprada no black friday. Fotos de si mesmo levam tempo para serem feitas e reveladas. Tem que ser a moda antiga usando rolinho de filme, correndo o risco de queimar ou de constatar no final do processo, que a imagem ficou fora do enquadramento perfeito. Fotos assim não dão para apagar antes de revelar. Para fotos de sim mesmo, o mais recomendável ainda, é usar câmera pinhole, aquelas em que a luz entra por um furinho de agulha e a imagem de uma forma inesperada aparece, depois de muita cautela pra revelar claro. Pra esse tipo de foto é preciso de muito cuidado com a luz. Se você não estiver bem iluminado, pode ser que depois de revelada a foto, não consiga ver nada em você. Pedaços de pau não funcionam com essas câmeras. Fotografar a si próprio costuma causar tremedeiras no braço. Não é fácil manter-se parado com paciência diante de nossa própria imagem. Fotografar a si mesmo é muito bom para postar, na memória dos dias, a imagem do que não queremos ser amanhã. Se não for pra isso, fotografar a si mesmo pode ser muito útil para mostrar sorrisos, cortes de cabelo, roupas, brincos, tatuagens, piercings novos e todas essas coisas. Fotos de si mesmo boas, exigem que a luz refletida no corpo consiga penetrar em buraquinho de agulha de uma câmera pinhole. Desconfio que minha própria imagem não sobreviva a esse processo. Fotografar a si mesmo exige muita luz e ela, a luz, também não pode ser artificial.
Lançado em 17 de julho de 2015, na periferia de Contagem (MG). "Colorido só por fora: contos periféricos" reúne doze contos que narram o cotidiano da periferia mineira. Com uma proposta de obra interativa, a capa do livro pode ser colorida pelo leitor. Cada capa pode ser única, diferente e compartilhada no blog ou no facebook do autor. AUTOR: Jessé Duarte REVISÃO: Fabiola Munhoz ILUSTRAÇÃO: Rodrigo Marques PROJETO GRÁFICO: Gilmar Campos ORIENTAÇÃO: Filipe Fernandes EDITOR: Marcelo Dias Costa CLIQUE AQUI PARA COMPRAR ******* APRESENTAÇÃO Por Daniela Graciere Atriz, artista visual e pesquisadora cultural de Contagem (MG). Um sentimento paradoxal me vem ao ler “Colorido-só-por- fora”. A beleza das palavras sobre algo triste da periferia, que por muitas vezes, não passa de ser a simples realidade encontrada sob uma ótica de um ator marginal. Alguns podem achar fatalista, no entanto, a fatalidade está escancarada na realidade que é pintada por...
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